sábado, 12 de fevereiro de 2011

Carta que toda mãe gostaria de enviar a um filho presidiário!


Querido filho,

Há apenas quatro meses que não vejo você. Entretanto, tenho a impressão de que faz mais de um século. Provavelmente será difícil você compreender o que é saudade ou, quem sabe, todo esse tempo tenha feito você conhecer essa palavra e sua profundidade.

Oh, Filho querido, ainda não consegui, porém, compreender como foi que você caiu tanto, como foi que você teve coragem de descer tão baixo, por tão pouco...ou melhor, por nada. Não entendo também como foi que você pôde se afastar dos amigos que o amavam, para se deixar levar por aqueles maus elementos que somente desejavam o seu mal, que não o estimavam...pois quem ama, luta para evitar que seu amado cometa erros e que jamais tenha do que se envergonhar.
É bem possível que você se lembre do que esses falsos amigos lhe prometeram, a que mundo estranho o transportaram: um mundo que envolvia garotas, drogas e venda de coisas proibidas, as quais você nunca quis dizer a ninguém o que eram, mas que davam dinheiro. E...um mês depois, lá estava você com eles, puxando maconha, envolvido num mundo sem amor e sem sentido.
E é bom rever o passado, para que possa entender que aqueles seus "amigos" queriam que você participasse do grupo deles só porque haviam conquistado um freguês tão inteligente, quanto estúpido. É necessário que, hoje você os encare como seres que:

Quando você pediu amor, o ensinaram a odiar...
Quando você pediu compreensão, lhe mostraram a discórdia...
Quando você pediu carinho, lhe deram o endereço do prostíbulo...
Quando você pediu alimento, lhe deram maconha e bolinha..e o reduziram ao estado que eles quiseram, pois, mais tarde, você foi surpreendido roubando para manter o vício e eis o lastimável resultado: numa cela, mais abandonado, pior do que antes, porque agora você está preso, com certeza, por dentro e por fora!

Pergunto-lhe agora, filho querido, sabia amar seus amigos? Quiseram eles sua felicidade? Ou a sua desgraça? Hoje é quse certo que você se sente nu diante da vida e da sociedade, pois aqueles que você escolheu como amigos:

Ensinaram-lhe ser violento, sem ser preso!
Deram-lhe droga;
Deram-lhe o endereço do "inferninho"
Fizeram-no esquecer as leis do comportamento,
Fizeram o ódio entrar em sua vida...
E, por isso, ainda verá minha maior traisteza:

Muitos lhe negaram o direito d etrabalhar, para se manter...
<Muitos se afastarão de sua casa, porque você agora representa perigo!
Muitos o chamarão de marginal, por onde você passar...

E, o mais doloroso:

Muitos lhe darão drogas novamente, como meio de fugir da vida e de sua maldade, e talvez o levem novamente ao roubo e à prisão...
Muitos o levarão de volta para o caminho da violência e de crimes possivelmente maiores, como a corrupção. o assassinato...


Mário Ottoboni

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