quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Justiça sem abuso ou privilégio


Quando a Justiça acerta e aplica punições exemplares, é bom que todo mundo fique sabendo. Em Sorocaba, interior de São Paulo, o promotor criminal José Luiz Lozano Júnior e o juiz Marco José Corrêa ganharam aplausos entusiásticos da população só porque aplicarem a lei do jeito que a sociedade quer e gosta.
Um vereador chamado Ruby de Souza, mais embriagado que peru em véspera de Natal, dirigia um carro e ignorou o farol vermelho, enquanto disputava um “racha” com outro irresponsável. Parado por policiais militares, tentou se livrar com uma “carteirada”, invocando sua condição de representante do povo. Acontece que o bafômetro de Sorocaba não distingue entre vereadores e cidadãos. Por isso, registrou a presença, no organismo do sujeito, de duas vezes mais álcool do que a lei permite, para quem dirige um automóvel.
O promotor não quis saber de conversa ou discurso e processou o vereador por direção perigosa e embriaguez ao volante. Ponto para o promotor. Em seguida, o juiz propôs ao piloto bêbado um acordo: o ilustre fica em liberdade, mas vigiado por toda a população. Pelos próximos dois anos, ele está proibido de frequentar bares e pode ser denunciado à Polícia Militar por qualquer cidadão.
Nesse período, não pode sair da cidade por mais de 30 dias sem autorização judicial e ainda terá que se apresentar de três em três meses no Fórum, para prestar contas de sua vida pessoal, profissional e política. E no ano que vem, se provar seu bom comportamento, o processo será extinto.
Isso é que é fazer justiça, sem abuso ou privilégio.


Tião Martins

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