quinta-feira, 10 de março de 2011

O país das proibições.



Os baianos não querem saber se a crise financeira mundial vai quebrar a Espanha, Grécia e Portugal, se a Rússia tem condições de sediar uma Copa do Mundo ou se existe vida em outros planetas. Que o resto do mundo se ocupe disso, pois a Bahia cuida de assunto bem mais relevante.
Enquanto a criminalidade cresce em Salvador e vizinhanças e o número de vítimas vai às alturas, a Bahia discute se porra é palavra ou palavrão. O bate-boca é porque a Prefeitura de Salvador ordenou a retirada de outdoors de propaganda do Tomate, um cantor de axé, nos quais aparece o título da música “Eu Te Amo, Porra”.
“Porra já deixou de ser palavrão e perdeu toda a conotação agressiva”, diz Nivaldo Lariú, autor do “Dicionário de Baianês”. Na verdade, proibir a porra, além de inútil, é mais uma tremenda bobagem dos hipócritas, neste nosso país tão pródigo em moralismo e proibições.
O debate continua, mais aceso que nunca. Se já existia insatisfação com o prefeito, que não é dos mais assíduos ao trabalho, os baianos agora se divertem repetindo mil vezes que Sua Excelência pisou no Tomate.


 
Tião Martins

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