quarta-feira, 11 de maio de 2011

A IMPRENSA NÃO ACREDITA EM ANJOS.



Não se contenta em demonstrar o fato
Não! Quer mais, quer explicar, provar que sabe
"Especialistas" endossam seu relato
Juiz ou carrasco; nada disso lhe cabe

Confundes tudo para esclarecer
Alhos com bugalhos é seu cardápio
Ditas tudo como bem entender
Teu artifício é bem larápio

Por que não te calas? Ou, ainda melhor
Raciocines, porque é temerário
Dar pareceres súbitos, assim de cor
Ah, imprensa! És um mal desnecessário

Tu és a serpente do conhecimento
Ofertando a maçã noticiário
Faz-nos enxergar todo o sofrimento
Diz que o paraíso é ordinário

Às pencas, produz os terroristas
Com a boa intenção de informar
Motivas ladrões e vigaristas
Oferecendo-lhes a fama vulgar

Predador que exige respeito
Desrespeita tudo e a todos
Direito de expressão, brada seu peito,
Censura! Aos que rejeitam os seus lodos

Remexes as feridas do mundo nosso
No fim dos tempos, a audiência pensa.
Mas, eis a crua verdade desse troço:
Os amores, escondem-se da imprensa

Alimentas teu público com o fel da depressão
Um mundo rosa? Não tens obrigatoriedade
A maldade está no homem; você noticia
É verdade! Que fazer contigo, imprensa, então?
Pare de dizer bobagens, por notoriedade
O mal é o homem, sim! Entretanto, de quem és cria?



Cavalle

Um comentário:

  1. Que visão estreita e infeliz da imprensa. Embora escrita em tom de chacota, revela uma
    personalidade autoritária, seja lá quem for esse Cavalle.
    Os jornais não consertam o mundo, mas tudo seria bem pior, sem eles.
    Quem viveu sob uma ditadura que amordaçou a imprensa talvez se lembre. Lamentáveis as gracinhas do autor dessas linhas.

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