terça-feira, 23 de agosto de 2011

Não somos livres… Somos humanos.



Para quem deseja um mundo melhor, é imperativo que se esforce para que este seu desejo se torne evidente para quem lhe escuta. Há, portanto um entrave entre o querer e o ser, “o ser e o nada”. Somos aquilo que transparecemos quando não estamos sendo observados por alguém com autoridade e crivo para nos mensurar. O homem no íntimo, aquele que pensa e não realiza, deseja e não tem coragem de abraçar os desejos mais latentes na alma. Este é o que de fato somos e não admitimos. Esta nossa vontade de auto-superarão é que nos conduz ao sonho, ao utópico, ser o que queremos e não o que permitimos ser criado pela coerção social. O fruto do meio. O nativo preconceituoso que não permite o diferente.
O existencialismo Sartreano não peca ao cognominar o homem de dono dos seus próprios passos, é a mesma ideia bíblica do livre-arbítrio. Cumpre ainda relembrar aos nossos pares que, além de donos do nosso caminho, ainda somos supra capazes de influenciar o caminho dos nossos semelhantes. Nenhuma ação pode ser praticada isoladamente sem causar danos nos observadores. É neste impasse que reside a felicidade de muitos, desejos que não podem vir à luz, pois causaria prejuízo irreparável nos menos evoluídos.
Alguns teóricos tentaram com seus pensamentos infundir coragem em muitas gerações passadas, mas nunca encontraremos nem mesmo em romances ou em tomos filosóficos, um homem totalmente livre para dizer e fazer o que pensa em secreto. Na literatura, por exemplo, não reconheço nenhum super homem, exceto na filosofia insalubre de Nietzsche. Mesmo o cavaleiro cervantesco passa-nos uma idéia de auto-suficiente, mas suas boas ações provam-nos que é mais humano que muitos mortais. Se formos além dos textos humanos, para pesquisar os deuses, também veremos que eles demonstram mais medo da liberdade suprema que suas criaturas… Não há ser livre que não ame a ponto de se tornar escravo de alguém ou de alguma coisa. Mesmo os mais libertários se tornaram escravos dos seus desejos de ser livre, em nome de sua liberdade muitos escravizam semelhantes. Não é menos escravo aquele que se torna ditador do que aquele que aceita ser guiado por uma doutrina dita libertária.

Evan do Carmo

Um comentário:

  1. Gostei de ler e refletir um pouco no texto.Somos todos esse ser transparemos que quando estamos sozinho sintamos a alma falar mais alto.
    Gostei muito do teu blog e estou a te se seguir. Te convido a conhecer meu blog e fazer parte dos membro se gostares. Um Abraço!

    Smareis

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