Em meio ao caos em que se encontra a região serrana do estado do Rio de Janeiro, observo em contrapartida, aqueles que nem sequer tem conhecimento do que está acontecendo.
Fazemos aqui um comparativo: A maior parte da população, em uma época como essa, está em férias com a família. Poucos são os que assistem aos Tele Jornais nos últimos dias.
Estão todos em suas casas confortáveis, bebendo seus champagnes, sentados tranqüilamente em seus sofás de couro legítimo, rindo deliciosamente enquanto observam seus cachorros de raça pularem sob seus tapetes vindos da Turquia. Enquanto outros choram a perda de seus mortos, desalojados e pior ainda, desabrigados.
Sendo assim, me revolto contra os pesares do mundo: Muito para poucos e muito pouco para muitos. Vendo as imagens, choro de tristeza, pois milhares de pessoas neste exato momento não tem onde dormir, perderam entes queridos, seus pertences ( o que é o de menos). Os meios de comunicação estão pedindo doações e sei que estas vem da maior parte do Brasil. São comidas, roupas, objetos, eletrônicos e tudo o mais que essas pessoas necessitam nesta época em que a região foi castigada pela natureza. Mas e eu pergunto a vocês: existe dor maior que perder alguém que se ama em uma tragédia como essa? E na maior parte das vezes assistir ao sofrimento e nada poder fazer? Existe doação que preencha este vazio?
Priscilla Cavazzotto
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