segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A ética de cada um




Segundo o Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil, o profissional deve ser fiel à verdade e “proceder com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício”, atuando sempre “em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum”.
Orientado “pelo respeito à Lei”, ele deve fazer com que esta seja interpretada com retidão, “jamais permitindo que o anseio de ganho material” fale mais ato que a finalidade social do seu trabalho. Esse herói do nosso tempo é também obrigado a “atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé”.
Talvez você não conheça, mas existem advogados éticos, assim como há juízes e promotores que pensam duas vezes antes de tomar decisões que podem condenar pessoas ao inferno, pelo resto da vida.
Triste é ver que a OAB até hoje não impediu que uma dezena de advogados preste serviços ao Primeiro Comando da Capital, o PCC, de São Paulo, e outra dezena trabalhe para o crime organizado no Rio de Janeiro. Ora, o advogado que se torna pombo-correio de quadrilhas está agindo com honestidade, decoro, dignidade e boa-fé? E deve ser leal aos chefões do tráfico? Será que é disso que fala o Código de Ética?
Se não fosse pedir demais, todo advogado deveria conhecer de cor ou ser obrigado a reler diariamente o Código de Ética, antes de sair de casa. E não seria injusto exigir isso também de juízes, promotores e procuradores que assinam petições e sentenças inteiramente descoladas da realidade que os cerca.


Tião Martins

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