quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Os novos selvagens



Correndo o risco de ser injusto, é preciso reconhecer que nunca houve em nosso planeta, em todos os tempos, estadistas tão despreparados para enfrentar crises. É por isso que, modéstia à parte, este nosso século é um dos piores de todos os tempos.
    Desprovido de grandes estadistas e de filósofos livres de compromissos com os governantes nacionais e seus objetivos, o século desliza mansamente para um conformismo que há muito não se via, pelo menos no Ocidente.
    Dirão os marxistas de almanaque que vivemos os estertores do capitalismo, que teria chegado ao limite e hoje agoniza. Se isso é verdade, e com o socialismo morto e sepultado, de onde virá o modelo para substituir o moribundo?
    No plano dos indivíduos, nem a chamada “nova religiosidade” significa esperança, pois nada tem a ver com os fundamentos do humanismo e da solidariedade que foram as melhores produções do Oriente e do Ocidente.
Trata-se de religiosidade que só diz respeito ao ego, à reprodução e à salvação individual (como se fosse possível). É cada um por si e os demais que se arrebentem. Ou seja, selvageria pura.


Tião Martins

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