domingo, 13 de março de 2011

Elogio à loucura de Nietzsche



Já falei o que penso de ti meu caro Nietzsche; que és o mais
sábio de todos os homens, que és o meu arquétipo celestial no céu da
filosofia-poética, que és a sombra que vejo nas minhas braçadas no
mar da filosofia, contudo, devo dizer-te que não serás o meu porto
final, aonde atracarei meu barco assombrado no fim da minha
viagem existencial. Avançarei muito mais, chegarei muito mais
longe do que chegaste com o “teu Zaratustra”, romperei o limiar da
tua consciência, descobrirei todos os teus enigmas (Ariadne)
aprenderei os complexos passos do teu bailar espiritual. Acharei as
sete chaves que abrem as portas mágicas do teu castelo camuflado de
caverna, beberei o vinho doce escondido em odres de ouro da tua
exuberante inteligência, brindarei com taças de prata a morte do teu
guerreiro dançarino medieval (Zaratustra). Habitarei em tua floresta
assombrada, plantarei um jardim em teu deserto e brincarei com tua
serpente de fogo, tomarei água limpa na fonte suja da tua pretensão,
subjugarei a tua soberba com a minha arrogância. Darei de comer aos
doze mil homens que te seguem com os sete pães não fermentados da
tua dieta, do teu jejum. Cantarei os mantras sagrados à beira da
fogueira com o teu velho eremita. Comerei assado o carneiro
inocente da tua redenção, brincarei com a serpente negra da tua
astúcia, arrancarei teu manto escarlate, e vestirei o hábito branco da
tua inocência.


Evan do Carmo

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