quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Supremo contra a parede




Podem chamá-la de “falastrona e midiática”, como ela própria prevê que acontecerá, mas a corregedora nacional da Justiça, ministra Eliana Calmon, já provou às serpentes do Supremo Tribunal Federal que não tem medo de ameaça e cara feia.
- Eles não vão me desmoralizar, isso não vão conseguir – ela manda dizer a juízes, desembargadores e ministros dos tribunais superiores. E usa uma frase inspirada no filme “O ovo da serpente”, no qual o cineasta Ingmar Bergman descreve o renascimento do fascismo:
- Estou vendo a serpente nascer e não posso me calar.
Aqueles que tentam evitar que o Conselho Nacional de Justiça investigue e abra a caixa preta da corrupção no Judiciário agora têm mais certeza do que nunca de que estão diante de uma profissional do Direito que não tem medo deles.
Eliana Calmon sabe que corre até risco de vida, pois assassinar quem investiga o Judiciário é prática comum em certos Estados. Mas, se for preciso, na hora certa ela dará nomes aos bois e às serpentes.
- Os tempos mudaram e eles não se aperceberam, não querem aceitar – declara a ministra, falando de ministros do Supremo Tribunal Federal, que tentam limitar suas investigações. - Estou quieta, mas as coisas estão muito claras.
Será o confronto do ano, no campo do Judiciário, se não assassinarem antes essa mulher indomável.


[Tião Martins]


Um comentário:

  1. É a nobreza de colocar o interesse público e a verdade antes do pessoal.
    Ah se pudessemos ter pelo menos a esperança de haver, mesmo que pequena, uma multiplicação de Elianas Calmon......

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